quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A seguir, veja os principais trechos da entrevista com Beltrame na manhã desta quinta-feira (25) realizada pela rádio "CBN": 
Enfrentamento
"A polícia tem que fazer o que está fazendo. Não podemos ficar só apagando incêndio. Há um planejamento, que levou dois anos para ser feito, mais dois anos para ser implementado, e já traz resultados sólidos (o secretario referia-se às UPPs). A resposta vai ser dada no momento certo para a sociedade. UPP é uma resposta. O Rio de Janeiro ficou durante décadas que nem cachorro querendo pegar o rabo. Temos agora que apagar incêndio, mas não podemos perder o foco de que estamos tirando deles aquilo que era o mais importante (o narcotráfico). Não podemos nos deixar levar por um momento de mídia negativa. Temos uma proposta e quem entrar na nossa frente vai ser atropelado."
Migração de bandidos após UPPs
"O Complexo do Alemão (zona norte) é forte há mais de 10 anos. Quando fomos lá em abril de 2007 vocês viram o que a polícia encontrou. Então, o tráfico naquela região não se fortaleceu porque com a UPP foi todo mundo para lá. Mas a hora deles está no cronograma. E a gente sabe como fazer isso. Não estou aqui para fazer pirotecnia, mágica nenhuma. Mas insisto que não podemos, por conta de um problema, desviar toda uma proposta. Se não fizermos isso agora, vamos perder a oportunidade. Se a população fizer um exercício de reflexão sobre os últimos quatro anos vai perceber que mudou muito. No asfalto, os índices de criminalidade despencam há 15 meses."
Forças Armadas
"A Marinha está dando um exemplo para o País. O problema da segurança pública tem que ser tratado sem hipocrisia. Se os vizinhos têm estrutura, por que essa ajuda não pode acontecer? Por questão constitucional? Mas o fim da lei não é o público? A sociedade precisa esperar dois anos pela compra de um equipamento que a Marinha tem e pode nos emprestar? É inédito o que a Marinha está fazendo. Desde o início ela nos ajudou. Quando foram feitas as primeiras transferências de presos para Catanduvas foi a Marinha que nos emprestou o helicóptero para o transporte. E agora, os equipamentos que ela nos ofereceu já estão disponíveis. Tem seis carros blindados da Marinha que estão sendo usados neste momento para o transporte da tropa para a Vila Cruzeiro. A gente sabe onde quer chegar"
Ajuda do Exército
"(Não ofereceu) Nada. Nem sei se está de prontidão. Mas não posso me meter. O que posso dizer é que a Marinha está ajudando."
Polícia Rodoviária Federal
"Pedi que eles cumpram seu papel constitucional. Pedi um reforço na Baixada Fluminense, porque o Rio de Janeiro tem como característica ser cortado por diversas rodovias federais. Rapidamente eles nos atenderam. Mas, tecnicamente, como eles estão fazendo, eu não sei."
Governo federal
"Nós estamos fazendo nossa função. O projeto maior está dando certo. Sou policial federal e tenho relacionamento com a Polícia Federal, sei das dificuldades. A União e o governo federal têm que ter essa noção. Têm que dar condições à PF, essas questões de estrutura precisam ser resolvidas. Não podemos só falar desse assunto em época de crise. Se existem as competências é preciso dar condições para que cada um consiga dar conta do seu recado."
Boatos
"Não temos nenhuma informação sobre onda de ataques no próximo sábado. Chega muita informação no nosso setor de inteligência, mas isso requer uma análise, senão a gente não trabalha. Boatos existem muitos. Mas é preciso cuidado e atenção na formação do conhecimento da inteligência."
Policiamento nos túneis
"Já começou. Levamos oito meses para receberr as 350 motocicletas que precisávamos, graças a um processo de licitação burro, que parte do princípio de que todo gestor público é ladrão. Mas elas estão aí."
Efeito UPP
"A gente previa que ações como essas de agora poderiam acontecer. Mas quando, onde e a que horas, a gente não sabia. Inteligência não é adivinhação. Essas pessoas (que promovem os ataques criminosos) não têm organização ou logística. Se tivessem, a inteligência teria interceptado."
Copa 2014 e Olimpíada 2016
"Digo para a sociedade o que disse para o Comitê Olímpico internacional: problemas nós temos, sim. Isso é fruto de uma política de segurança que está mexendo com interesses. Mas nós não podemos recuar. Vamos permanecer firmes. Quando conversei com eles, eu só tinha um projeto para mostrar, que era do morro Dona Marta. Hoje, olha quantas UPPs nós já temos. E vamos continuar e vencer essa guerra."
Fonte: http://migre.me/2u2b1

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